
O QUE ME PREOCUPA NÃO É O GRITO DOS MAUS, MAS O SILÊNCIO DOS BONS Martin Luther King By Daniel Dias Estudante, 15 anos @danielldiass_
Martin Luther King foi um ativista americano que levantou muitas questões raciais e sociais relevantes.
Era um homem que defendia a igualdade, que não tinha medo de divulgar as suas ideias, ainda que na sua época não fossem tão bem aceites por grande parte da população. Com esta citação quis fazer-nos refletir, numa perspetiva política, como o silêncio dá lugar a condutas más, injustas e preconceituosas, para com os outros e para com o mundo.
Aquilo a que ele se estava referindo ainda se aplica hoje. É importante não praticar o silêncio participando ativamente, política e socialmente.
Não fazer isso só alimenta “a violência de poucos” e contribui para estilhaçar os nossos direitos humanos, conquistados com muita luta e dedicação por pessoas como o Martin. O conhecido ativista foi morto por quem queria silenciá-lo e não concordava com seus valores, mas é ainda hoje uma inspiração para várias pessoas que mantêm vivo o seu coração e as suas convicções.
Essa frase, do meu ponto de vista, também pode ser interpretada de uma outra forma, num contexto relacionado com a violência. O silêncio é o maior bem de um criminoso e um exemplo clássico disso é a violência doméstica.
Este é um tema muito discutido atualmente e que se vem a agravar com o passar dos anos. Apesar de todas as iniciativas, não só nacionais, mas também mundiais, para prevenir a violência doméstica, há cada vez mais casos e desfechos brutais.
O poder do agressor sobre a vítima geralmente resulta no seu silêncio e é esse silêncio e falta de apoio da comunidade que alimenta o controlo do agressor.
Mas todos podemos fazer a diferença, podemos ajudar os outros, mesmo que seja apenas para apoiar as vítimas de tal violência. Podemos apoiar a vítima e encorajá-la a não praticar o silêncio, a não ter medo de ser liberta, porque ninguém merece o sofrimento e se toda a comunidade estiver presente, talvez o ciclo da violência possa ser quebrado.
Martin chama a atenção para aqueles que sofrem em silêncio, os inocentes, em vez de celebrar os violentos. Apelo a cada um de nós para fazer parte da luta de Martin Luther King: a luta contra as desigualdades, e esta começa na ação de cada um de nós, individualmente.
Sejamos vítimas da desigualdade ou sonhadores de um mundo onde a desigualdade não prevalece, temos que expressar o que sentimos e o que queremos.
Somos nós, os “inocentes”, que temos que desenhar agora, no presente, o que Martin apenas sonhou – um mundo justo e feliz para todos, apesar de nossas diferenças.